sábado, 31 de maio de 2008

"Agente nunca esquece"

"Agente nunca esquece"

para ler ouvindo: Yoru ha akeru - Toe
Citação de alguem ae: Por que a primeira vez agente nunca esquece! Será?




Bom, foi bom!
Num foi bom, bom como eu imaginei que seria, mas foi bom.
Mas também não foi mal.
Só não foi bom.


Sabe;
agente cria um milhão de expectativas, fica imaginando as coisas, faz alguns planos prés e pós.
Saca desenho;
sobe aquele balãozinho e as coisas vão acontecendo e tudo é sempre bom.
E ae descobre que é bom, não aquele bom, mas só bom.


O problema,
são as malfadadas histórias que o povo conta por ai.
Um vem e fala: "comigo foi assim".
Outro vem e fala: "comigo foi assado".
Uma história mais incrível que a outra
e pra todo mundo é sempre bom.
Maldita expectativa!
Se você se prepara pro bom
não fica frustado por que não é bom.


Como foi?
Ah!
Fiquei nervoso como todo mundo.
Mão suadas mas suadas mesmo.
Pernas meio moles, meio bambas, entre meio firme. Lembra quando a enfermeira fala: "não endurece a perna". Na hora da injeção e você deixa ela relaxada e de repente trava tudo.
Isso assim mesmo. Deu meio que uma tontura na hora, estomago vazio, parece que te sopram o ar pra dentro dele.
Deve ser o medo.
Ai vem o ecozinho chato.


"e se perceber? eber, eber, eber!
e se eu fizer alguma coisa errada? ERRADA, ERRADA
Será que vai comentar depois? comentar!
e se comentar mal e se eu só fizer merda e o pior se eu
nao conseguir!
Pior, ior, or, guir, ir merda, merda mal, merda ir,
pior"


Pois é;
a ansiedade vai tomando conta, vem crescente!
um formigamento que começa nos pés, sobe pelas pernas.
De repente, o corpo gela, as pernas teimam em tremer e vc briga com elas pra elas não tremerem. O gelo das mãos e evidente, você esfrega elas no corpo na esperança que aqueçam, mas elas não aquecem, então é só inventar uma desculpa esfarrapa que talvez cole.


você;
no caso eu!
Começa sem jeito.
Sem saber o que fazer, por onde começar. Fico sem saber se vou direto, se vai com calma, se apresenta o seu poderio completo, ou se espera uma resposta positiva. Depois de começado, vai tentando meio que se adaptar e curtir o momento. As vezes relaxo, por vezes continuo duro, e tenta a entrega.


Primeira tentativa é sempre de impressionar!
mostrar que é décima quarta vez!
Por mais que a inexperiência exista, ninguem vai ficar sabendo disso até que você o diga: então silêncio total, me protejo no silêncio.


E é rápido!
Fico extasiado por alguns momentos, mal acreditando no feito! a adrenalina baixa, a respiração volta a ficar calma, a arritma dá lugar pra batidas longas e pesadas, as veias voltam a bombar tranquilas sem querer explodir pela derme afora. O pensamento é sempre o mesmo: que venha a proxima.


Rola,
também;
a piada cliche:

"Agente nunca esquece"
se for BOM agente nunca esquece
se for bom agente nunca esquece
se for mal agente nunca esquece
se for MAL agente vai querer esquecer.



(Obs: não gostei, talvez retorne até sexta)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Carta ao Lula.

Antes de qualquer coisa, agradeço ao convite de meu amigo Brigo para pincelar nesse espaço. Topei participar da idéia no momento em que me fora a proposta. Não sou sociólogo, muito menos especializado na temática em pauta (política), mas faço questão de saber quantos reais estão me levando por mês nesse país. Levei ao pé da letra essa história e resolvi posicionar as palavras como se estivesse realmente escrevendo uma carta!

Carta ao Lula.

Caro, Presidente.

Tenho tido dias difíceis. Isso porque meu pãozinho – quentinho -, que costuma compor minha mesa do café da manhã, amanhã pode não ser mais presente. Vossa excelência não deve ter conhecimento do que é mastigar aquele alimento feito de fermento e trigo tendo à mente que de uma hora para outra aquilo pode acabar. Tudo isso se deve ao fato de nossos hermanos simplesmente não querer vender o valoroso (bem valoroso!) trigo ao Brasil.

Os motivos, posso imaginar, são muitos. 1.º- Somos pentacampeões do mundo e eles bi; 2.º- Ganhamos uma Copa América, humilhantemente, em cima deles; 3.º- Emerson Leão enquanto técnico do seu time, o Corinthians, espantou os queridinhos da torcida argentina (Tévez e Mascherano); 4.º- O Brasil foi escolhido a sediar uma Copa do Mundo. E por último, talvez a hipótese menos provável 5.º A desestabilização da moeda nativa em relação à brasileira. Enfim, fato é que eu não posso imaginar minha refeição matinal sem meu saudoso pão francês e vossa excelência terá de fazer algo.

Aproveito para lhe parabenizar, Presidente, pela economia ‘estável’ do nosso país. Mesmo sabendo que basta os EUA se chacoalharem um pouquinho que toda essa maravilha cai por terra a ponto de virar um tremendo desastre. Aplaudo-o porque nunca se investiu tanto no Brasil, nem o ‘príncipe’ socialista (FHC) conseguiu tamanha façanha. Embora, ele (FHC), grite aos quatro cantos e repetidas vezes que “No governo FHC não tínhamos tantas oportunidades”, ou seja, uma maneira sábia de dizer o quão é incompetente.

Como bom eleitor que sou, quero alertar-lhe sobre nossa (dos brasileiros, apenas dos brasileiros) Amazônia. A Alemanha, em conjunto com os EUA, está de olho (bem grande!) em nossas florestas. Tudo culpa desse tal “desenvolvimento sustentável”, que por sinal, tem dado o que falar e todo mundo corre para onde tem verde, ou seja, para o Brasil. Isso até desmatarem tudo.

Falando nisso, o que tem dado o que falar também, querido Presidente, é a saída de nossa Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, do cargo. Não sei onde vai parar tanta novidade – insustentável. Estão todos abandonando o barco. Do outro lado as coisas vão pior (sorte sua!). A oposição troca os pés pelas mãos e não chega a lugar nenhum. FHC apóia Serra, o qual visa à presidência em 2010 e que apóia Kassab, que concorre à Prefeitura de São Paulo com Alckmin, que por sua vez é do mesmo partido de Serra. Confusão? Total. Isso que eu nem citei a participação do mineiro Aécio Neves na ‘briga’.

Bom, vou ficando por aqui sem querer delongar-me. Afinal, tenho que trabalhar muito para garantir meu caro pão de cada dia.

Glauber Canovas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Senhor presidente

Para ler ouvindo: Chico Buarque - Meu Caro Amigo

Foto: Yahoo Notícias


Eu era garoto quando Fernando Collor foi eleito, fiz campanha pelo senhor, meu pai votou no senhor, mas não de certo.

O tempo passou, deu no que deu, veio o Itamar, o FHC, queria votar no senhor, mas acabei votando no boi de piranha Ciro Gomes. Então o senhor veio arrebatador e venceu, votei no senhor, votei com o coração, votei com convicção, me lembro de ter colocado uma camiseta vermelha no primeiro turno e no segundo turno não a tendo encontrado nem mesmo no cesto de roupa suja fui de branco mas assim que encontrei um adesivo (boca de urna, que feio) coloquei no lado esquerdo do peito.

Foi emocionante ver o senhor sendo eleito, me sentia presidente, me sentia um cidadão, me sentia ouvido.

Vieram os episódios as gafes, mas eu entendo isso, o senhor é do povo assim como eu. Mesmo eu tendo estudado e me formado moro na periferia e me considero um popular, mesmo que morasse em outro lugar ainda me consideraria assim. Por isso entendo, entendo que acontece trocar palavras e títulos importantes.

Veio a segunda eleição, eu estava desiludido, votei no médico tucano, e fomos para o segundo turno, não tive coragem de votar nele de novo. Senhor presidente, naquela manhã me dirigi a zona eleitoral decidido a anular o meu voto! Mas não tive coragem.

Votei no senhor.

E ai estamos, entre CPI´s, Projetos e Mensalões, não citei mas acompanhei tudo isso. Muitas vezes tive vergonha.

Tive vontade de escrever esta carta antes, mas oportunidade não tive.

Já deu para perceber que sou seu eleitor, mas não sou petista e nem de esquerda, sou como o senhor de centro direita que gosta de usar vermelho.

Sobre o futuro, torço mesmo que o senhor esteja decidido a se aposentar ao fim deste mandato, pois, como sabemos a alternância de poder é importante para a democracia.

Mas o porquê da minha torcida é outro.

Se o senhor quiser se ele reeleger não vejo como impedi-lo.

Para terminar.
Se decidir se reeleger, mudar as leis e tudo mais, é com pesar que não sei o que vou responder se me perguntarem.

- Vai votar no Lula?

Márcio Brigo

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Obrigado Aline Amaral pelas dicas.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pois é!

Para ler ouvindo: Por enquanto (com a Cassia)
Citação: Firme os pés (Lanterna Verde - Liga da Justiça sem limites)


POIS É.



Oi.
Oi.
Tudo bem com o senhor?
Tudo caminhando.
Senhor Presidente!
Senhor Presidente!
Não precisa me chamar de presidente, deixa isso pros jornalistas.
É respeito! Mamãe me ensino assim.
E com você Rogério como ta a vida?
Ah! Sei lá, ta indo

(Silêncio)


Mas então, algum problema? Nenhuma medida do meu governo tem te beneficiado?
Não. Não. Quer dizer não é isso. É só a vida mesmo.
Ora companheiro! Assim é a vida, só tem que ter paciência que com o tempo as coisas se ajeitam, pode até não parecer mas tudo é um jogo político.

(Silêncio)


Você nunca pensou em desistir?
Desistir do que?
De ser presidente!
Você se candidatou várias vezes, perdeu duas seguidas disseram até que por causa da sua aparência, falta de estudo, articulação pra falar essas coisas ae que o senhor sabe muito bem, não passou pela sua cabeça que nunca conseguiria? Mesmo assim, agora o senhor ta eleito pela segunda vez, mas quando o senhor foi assumir sentindo o peso da faixa no peito e a galera correndo atrás de você. Você não pensou e agora? Será que fiz a escolha certa? Sabe quando a ficha caiu dias depois você não pensou em desistir?

(Silêncio)


Rogério, acho que nunca parei pra pensar nisso sabia, mesmo por que se pensasse acho que desistiria. É verdade que perdi, mas quando saia na rua e algumas pessoas chegavam e mim e diziam eu votei no senhor, porque quero que o Brasil mude, porque você é povo como agente, isso me deu força pra continuar seguindo. Ta bom, você ta pensando que é demagogia, mas até eu tento me convencer que não é. Mas chegando em Brasília descobri que as coisas não eram como eu imaginava, você viu por quantos escândalos passei, nesses dias chegava em casa deitava a cabeça no travesseiro e pensava “Não posso desistir”.

(Silêncio)


É!
É.

(Silêncio)

Mas sei lá, depois que o senhor virou presidente, o senhor vem pouco aqui em casa. Não sente falta disso?
Sinto. Na realidade sinto mais falta dessas conversas, todo mundo só me trás problemas, só fala de metas, de superávits, de dossiês, do Paraguai, do biocombustivel, de reeleição, tem horas que eu até me esqueço que eu sou o Luis.

Hehe! Ossos do oficio, quem mando ser presidente, mas e ae o que o senhor faz?
Eu! Eu não faço nada, nunca sei de nada! (Risos)

(Silêncio)


O Senhor já prometeu algo a alguém e depois percebeu que não poderia cumprir? Ou prometeu em um momento e depois percebeu que não avaliou direito os riscos. Tipo! É!
Ah, sei lá se o senhor ta me entendendo. Tipo já fez uma promessa e no outro dia quando acordou não se sentiu feliz e o senhor sabia que tinha que acordar feliz, mas foi o contrario, acordou mais confuso e ainda ficou com algo martelando na cabeça que talvez essa felicidade não venha.

(Silêncio)
(Pigarreio)

Eu sou o Presidente da República e tudo que eu fiz foi prometer. (Risos)

(Riso sem graça)
(Silêncio)


Pois é!
É!
Sentir medo é normal e mais cedo ou mais tarde você vai ter que enfrentar eles, basta decidir a hora certa pra lutar contra eles. Se perder a eleição, ai vai ter que se preparar melhor pra próxima, se não conseguir cumprir o prometido, talvez você tenha uma nova chance e se tiver cumpra! Mas nunca deixe apenas de cumprir, lute pra tentar cumprir. Só cuidado você pode acabar magoando pessoas pelo caminho.

(Silêncio)


E se magoar? Posso tomar uma decisão em um dia e voltar atrás no outro?


(Silêncio)

Sei!
Você já se filiou ao PT?
Não, não quero me envolver com política.
Mas...
Já sei, nunca na história desse país a juventude foi tão apolítica, tão distante dos interesses e rumos do Brasil (Risos) Mas não me interessa a política queria só ser um rapaz menos complicado.
Eu também queria.

(Silêncio)

Você viu o Corinthians contra a CRB no sábado?
Não tio! Eu sou palmeirense! Palmeirense, o senhor sempre esqueci disso!