sexta-feira, 28 de março de 2008

O aspira

"O aspira"
Para ler ouvindo: The Eternals - Black Museum




Único lugar em que há prazer em minha vida.
Minha musa com unhas e boca escarlate.
E quando estou no ápice...
toca o celular.
'Positivo'
Deixo-a extasiada e saio.
No beco escuro muito perto da violência
há somente minha sombra
Chego no extremo, o mais próximo da parede
Encontro um pacote.
E também um 'parado aí'.
Sou revistado pelo aspira.
Digo quem sou e nada.
Maldito playboyzinho.
Aquele filho-da-puta ainda me paga.
E ainda me leva pra DP.
Logo encontro o filho-da-puta do pai dele,
delegadozinho de merda.
Começam a rir e tentam me fichar.
Dizem matar meu único prazer,
e torturar minha mulher
Digo que o aspira é viado
E conto um caso
Até que inesperadamente chega o sargento
E não deixa me fichar.
Tem muita coisa pro aspira aprender.
Saio e vou pro bar.
Encontro a famigliae bebo com eles.
Meia hora depois chega o aspira.
Olho para ele e o mostro para o chefão.
Volto pra minha musa.
Continua fatal como sempre
E aí liga minha mulher
'Tá trabalhando?
Tua filha tá doente, você precisa voltar logo.
Preciso mais de você que esses bandidos.
'Tudo o que façoé dar um bejo nela
E ir embora.
E esperar notícias do aspira.
Ou aprende.
Ou...

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"Do what you like and fuck the rest" Dwayne - (Pequena Miss Sunshine)"

O horizonte é uma linha imaginária que se afasta quando nos aproximamos." (O Sorriso de Monalisa)

"Eu não sou um conceito, sou apenas uma garota fudida procurando a paz." (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças)

"It's funny how the colors of the real world only seem really real when you viddy them on the screen." (Laranja Mecânica)

"I'm a golden god" (Quase famosos)


Suzanne Miyazato
mais sobre Suz em:

Desanuviar
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Musik Bar
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Fotos e poesias visuais
http://www.fotolog.com/sukz

segunda-feira, 24 de março de 2008

Só entretenimento

Trilha: Jazz. Muito.
Em algum lugar onde a lei não é a lei.
O odor percorre a rua e inebria a alvorada... o dia vai nascer em pouco tempo e os peixeiros descarregam a noite de trabalho neste, que é o lugar que eu menos queria estar na cidade. À porta do bar, ela me esperava, como fez em todas as noites na última semana.
O bar era como um bar devia ser. Um balcão sujo, com bêbados caídos, e filósofos da meia-noite tentando manter uma conversa alinhada. Nas mesas, alguns jogavam pôquer, alguns jogavam conversa fora. Havia aqueles que tentavam arrumar confusão, rapidamente desencorajados por um leão-de-chácara do tamanho de um rinoceronte branco. A nuvem densa de fumaça de cigarro deixava os rostos pouco nítidos e os olhos extremamente irritados. Além de tudo, tinha um aroma único. Uma mistura de guimba de cigarro misturada com rum barato e complementada com um toque de dinheiro sujo e más intenções.
A investigação vinha se arrastando há muito tempo, e eu me apoiava em evidências e dicas extremamente discutíveis de fontes extremamente não confiáveis. Por exemplo, aquela mulher. Aquela mulher descarregava pretensão a cada sílaba que saia de sua maliciosa boca. Ela me pagou um drinque, como fazia toda noite. E finalmente me dizia seu nome.
- Me chamo Mary.
- Eu não acredito mais em uma palavra do que diz.
- Como não? Eu não teria por que esconder isso, teria? - indagou a moça, certa de que ainda me enganava.
- Não leve a mal, querida. Não confio em tipos como o seu.
- É? E que tipo é o meu?
Seu modo de falar era um show à parte. Ela era tímida, porém, decidida. Em alguns momentos era insegura, em outros, agressiva. Dissimulada ao mesmo tempo em que jorrava convicção.
- Uma mulher que perdeu o respeito dos pais por ser um tanto mais "atirada" do que as outras garotas. Sem rumo e sem dinheiro, bateu de bar em bar procurando uma ocupação para sua bonita voz. Então você veio parar aqui, nesse recanto de poetas fracassados, boêmios desempregados e jogadores de pôquer em fim de carreira.
- Huuum... você é muito bom nisso! - senti sua respiração mudando, me indicando que eu estava chegando a algum lugar.
- Sabe, - disse ela - eu também sei um pouco sobre pessoas. Por exemplo, você é um policial frustrado, que foi abandonado pela esposa e dedica todo o seu tempo a investigações infrutíferas. Pegou um caso complexo demais e sua limitada percepção não consegue solucionar. - ao terminar, tragou o cigarro e soltou uma baforada densa, que cobriu minha visão.
Por mil demônios! Aquela maldita mulher me leu como se eu fosse um livro infantil. A situação havia se invertido e ela passava suavemente o lenço em volta dos lábios como se limpasse o veneno que escorria das presas.
- Veja, detetive, já eu simpatizo com tipos como você. Sempre tentando consertar um mundo sem conserto.
- E o quê você sabe disso, querida? - eu tentava esconder o meu receio com o meu sarcasmo.
- Só acho que você se preocupa tanto com a sujeira dos outros, que não enxerga aquela que se esconde debaixo do seu nariz.- agora ela esboçava um sorriso de canto de boca.
- Acredite, boneca... você não quer ir pra esse lado... Eu faço algo para ajudar, para mudar as coisas. Você... bem, você é entretenimento.
Havia algo de errado. As palavras fugiam da minha mente, minha vista se escurecia, a pressão subia. Aquela vadia me tirara do sério.
- Ahhh, agora você disse a palavra-chave, querido. É tudo entretenimento... - ela apaga o cigarro, levanta-se e segue em direção ao palco. Ajeita o microfone e começa a cantar "Summertime".
Irônico ou não, é minha canção favorita.



O suor começava a molhar minha camisa, aquilo estava fugindo do controle. Me levanto e caminho, cambaleante, em direção ao banheiro. Entro, molho o rosto e tento permanecer calmo.
"Oh your Daddy's rich and your ma is good lookin'
So hush little baby, don't you cry"

Levanto o olhar até ver minha já pálida face no espelho. Não tem mais como me acalmar. Tiro minha camisa e tento mordê-la para evitar que minha língua se enrolasse. Um pranto tímido começa a rolar pelo meu rosto.
"One of these mornings
You're goin' to rise up singing"

Caio no chão do banheiro, a voz penetrante daquela mulher desligava, uma por uma, as funções do meu corpo até que só me restasse a consciência. A consciência de que caíra no truque mais antigo do mundo. O veneno era lento e mortal, não havia escapatória.
"Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky"

Ainda tento mover, um dedo que seja. Inútil. As pessoas não sabem como reagir diante da morte, mas da experiência que tive, só posso pensar em um misto de resignação e conformismo. Agora não havia mais dor, não sentia nada.
Quando me mandaram atrás de uma tal "loira suicida", jamais imaginava que teria dificuldades para resolver o caso. Eu só fui descobrir quem ela realmente era nesta noite. Mas ela já me conhecia e sabia de minhas intenções há muito tempo. E não fugiu. Não sentiu medo. Planejou com notável frieza cada passo de mais um assassinato na sua notória ficha criminal. Encarou a morte de frente. E mais uma vez venceu.
E eu finalmente entendia o prazer que aquela mulher sentia pela morte. Para ela, é tudo entretenimento.
"But till that morning
There’s a nothin’ can harm you

With daddy and mammy standin' by
"

Agradecimento especial ao Rogério, por emprestar a personagem.
Lista: Top 5 - Melhores frases do cinema
1-"Do you feel lucky? Well do you, punk?" (Você se sente sortudo? Então, se sente, pivete?) - Dirty harry
2-"I'm going to make him an offer he can't refuse" (Eu vou lhe fazer uma proposta que ele não pode recusar) - O Poderoso Chefão
3-"Frankly, my dear, I don't give a damn" (Francamente, querida, eu não dou a mínima.) - ... E o vento levou
4-"Here's Johnny!" O Iluminado
5-"You Talking to Me?" (Vocè está falando comigo?) - Taxi Driver
6-"Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno, Porra!" Cidade de Deus
7-“Say Hello to my little friend” (diga olá para o meu amiguinho) - Scarface
8-"Go ahead, make my day" (Vá em frente, faça meu dia) - Dirty Harry
9-"Don't interrupt me, honey!" (Não me interrompa, querida) - Beleza Americana
9-"Hi, hi, hi, Mr. Deltoid!" - Laranja Mecânica
10-"Redrum" - O Iluminado

PS: exatamente, meu top 5 tem 10, porque não consegui tirar as outras 5....kkkk


quarta-feira, 19 de março de 2008

Candidato a Presunto.

Para ler ouvindo: Cantaloupe Island (veja o video abaixo).



Mão direita garrafa de uísque, manga da camisa italiana, terno vinho, chapéu de feltro. Mão esquerda com o fósforo pronto para acender um charuto, um prazer para um homem que sabe apreciar coisas boas, mas não agora. Batidas secas. À porta um homem enfia a cabeça para dentro:

- Chefe, é melhor o senhor ver isso!

Com um terno azul marinho surrado, pelo uso e pelos homens que o prenderam, ele sente sua cabeça doer. Dor essa que também pode ser explicada pela corda que prende a sua cintura, tronco e pés, os homens do maior chefão da máfia da cidade não estavam mesmo preocupados com o seu conforto. E como previsto ele o chamaria assim que lhe dispensassem as boas vindas.

- Por conta da sua expressão percebo que sabe quem eu sou, eu que não sei o seu nome – disse o homem elegante e impecável no seu terno vinho.

- Claro que sei quem é você, o papa defunto local. Desculpe, mesmo depois do tratamento que seus homens me dispensaram ainda não pretendo encomendar um caixão.
Parecia que o vinho do terno subia para o rosto do homem. Como poderia um homem sozinho e amarrado ser tão insolente contra ele, o maioral daquela cidade?

- Senhor, encontramos este cartão com ele – disse o empregado interrompendo o homem que se preparava para dar uma lição no insolente – Chefe, ele estava falando com ela – continuou o empregado.

Mesmo sem ouvir o nome, o chefe sabia que ele se referia a sua garota. Agora o vinho parecia mesmo ter sido derramado em seu rosto.

- Sai! - Gritou o chefe para o empregado.

Quando o homem fechou a porta ainda pode ouvir o baque do primeiro soco desferido por seu chefe contra o rosto do homem, mas não viu o seu chapéu cair no chão.

- Filho da puta! Quem é você?

O homem do terno azul cuspiu uma bola de sangue no sapato italiano do chefão e apontou com o queixo para o cartão na mão dele.

Cavaleiro Azul
Agência de Detetives
Arthur Zulian Louis

- Isso é uma piada? Um detetive de merda se metendo com a minha garota?

- É por que me disseram que você não dá no coro – Dessa vez o soco foi muito violento, tanto que derrubou o homem com cadeira e tudo no chão.

- Tá bom eu falo!
O espanto do chefe foi tanto que ele recuou. Então existe mesmo uma historia?

- Mas eu quero uma tragada antes.

O chefe tirou uma cigarreira prateada do bolso e colocou um cigarro na boca do homem e ficou olhando para ele.

- Você não vai acender? – a insolência no tom de voz daquele homem era tão irritante que mais uma vez o chefe se descontrolou e o socou derrubando com cadeira e tudo.

- Por acaso você é louco? – Perguntou o homem, a essa altura mais “vinho” que a sua roupa.

- Vai, me levanta logo! – Gritou o homem no chão.

- Não, isso não vai ficar assim – o chefe caminhou decidido em direção ao homem caído, mas teve uma surpresa, sentiu uma rasteira, as pernas do homem estavam soltas, Antes ainda que pudesse chegar ao chão sentiu um soco no queixo, desmaiou.

Arthur, finalmente em pé, pegou o cigarro do chão e no bolso do chefe encontrou um isqueiro. Deu uma longa tragada, amarrou o chefe, mas o deixou no chão. Enquanto colocava o grandalhão sentado junto a parede pensava: “Cem mil pratas por esse, vou endireitar a minha vida”. Pegou também o chapéu e colocou na cabeça.

- Da forma que você me bateu foi fácil escapar das cordas, mas como vou tirá-lo daqui? Não sei. Mas antes de pensar nisso vamos à minha vingança pessoal.

Tirou o sapato direito do chefe já acordado e com a gravata enfiada na boca. Pegou a cadeira e segurou-a a um metro de altura, na direção do dedão do chefe, olhou nos olhos dele e disse:

- Esse porquinho foi ao mercado!




Obrigado ao Ton e o Luiz pela força neste texto.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Retorno

O Retorno
Para ler ouvindo: Bullet in the head - Rage Against Machine




- Sim.
- Hum rum!
- Sei.
- Com prazer é mais caro!
- Pode me chamar do que quiser.
- Você quer transar comigo?
- Quer chupar meus peitos?!
- Para de conversa fiada!
- Pissssssssss.
- Vocês podiam mudar o discurso pelo menos.
- Eu tenho cara de puta?
- TENHO CARA DE PUTA!!??
- Uma mulher não pode beber sozinha no bar?!
- Tá, tá, tá, tá, tá.
- Não
- Não
- Não
- Qual a parte do não você não ta entendendo?
(tudo culpa daquele viado)
- Não to bêbada, não quero companhia, não preciso de ajuda muito menos proteção, não quero outra bebida, não quero sexo, não gosto de cigarros e odeio caras chatos como você!
- Você prefere que eu saia!
- Tudo bem! (nada vai estragar minha noite, não hoje)
- Não encosta em mim
- Já falei não encosta em mim!
- Bêbado filho da puta!
- Sou gostosa*
- Sou vaca* (sangue de barata, sangue de barata, sangue de barata, sangue de barata)
- Piranha, sim so também!
- Agora vaza.
- Meu conhaque ta esquentando. Eu não gosto de conhaque quente.
- Sim, é uma ameaça.
(Deus se você existe mesmo, deve estar rindo de mim nesse exato momento, to ouvindo você puxando o ar pra rir mais alto, por que comigo? Por que esses timpinhos. Isso Deus, ri de mim, ri mais, continua ai no seu pedestal rindo, Eu ainda me encontro com você Deus ai descubro realmente se você é imortal)
- Viado dos infernos vai embora!
- V A I E M B O R A.
- Não
- Vagabunda não.
- Ultimo aviso.
- Não encosta em mim
- N Ã O E N C O S T A E M M I M.
- F I L H O D E U M A P U T A D E S G R A Ç A D O!


Calmamente ela tomou um gole longo do seu conhaque, sentiu o cano quente em contato com sua cintura, dois tiros foram suficientes pra deixa-lo em brasa, sem remorso pulou sobre o corpo estendido no chão cravejado no peito. O cheiro de pólvora confundiu-se com os odores do fétido bar, os gritos atônitos não foram suficientes pra silenciar a música alta e brega.

Andou até o balcão debruçada sobre ele evidenciado suas curvas e chamando a atenção do pobre Barman, pegou no seu ombro um pano sujo e úmido. Sua revolta agora era com a mancha de sangue que ficou sobre a camisa branca, com a palma da mão limpou o sangue que ainda escorria pelo rosto, o sorriso malicioso, mudou para debochado quando ela chupou um dos dedos, o ar de moleca lhe permitiu lançar um beijo maldoso para um rapaz apavorado que se escondia de baixo da mesa.

Puxou a cintura da calça jeans surrada para cima e viu o reflexo no espelho da bunda crescer junto com o olhar depravado do Barman, se virou, puxou a camisa para baixo evidenciando ainda mais o decote em "V", os bicos dos seios rígidos denunciavam a excitação, as mãos apertaram os peitos endireitando os na camisa branca (quase transparente) respigada de sangue colada ao corpo. Pele branca, olhos azuis, boca vermelha, cabelo negro, curto, unhas longas, puxou a jaqueta que estava na cadeira ao lado a jogou por sobre os ombros e foi em direção a porta.

- Atenção rapazes! Cuidado (sussurrado) nem todas mulheres são indefesas. As como eu muito menos. AH! Digam a ele! A loira suicida voltou.



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Nunca parei pra pensar em frases de filmes ou ouvindo elas martelarem na minha cabeça, o desafio foi gostoso e intenso e provavelmente to deixando de lado muita coisa dos melhores roteiros que já assisti... mas vamos ao que interessa:

EU QUERO VOCÊ (Mais estranho que a ficção)(Um dos melhores roteiros já filmados!!!)
Eu quero você!
O que?
Eu quero você!
E o que mais...
Não sei só pensei até a parte do EU QUERO VOCÊ)

Suculenta, e com pedrinhas que derretem na boca (Cidade dos Anjos, descrição do sabor Pera) (simplesmente incrivel, pra mim a sintese de todo filme)

Quando o dedo aponta para o céu, o idiota olha para o dedo! (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) (teriam mais 547 frases só desse filme, destaque para parte do orgasmo)

O mais importante não é a força da pancada que você pode dar, e sim a força da pancada que você pode suportar, para levantar e bater de novo. (Rocky) (lema)

Não sei, só sei que foi assim! (O Auto da Compadecida) (Quem nunca disse essa frase que atire a primeira pedra)

I shoul'd be work (Homem invisivel ou algo parecido) (por que eu realmente deveria estar trabalhando).

Carta de amor!

De peito aberto escreveremos para nossos amores.

Serão 4 tentativas. A convidada da vez é a Morena.

Tema encerrado, leia os quatro post´s abaixo.